segunda-feira, julho 25, 2005

do sol às 2:32 da madrugada

são 2:32 exactamente.
está um calor terrível. já não me lembrava quão horrorosas são estas noites de verão em que não há posição para se estar, não há vontade de dormir, não há quem aguente isto!

Para fazer render este tempo de "insónia" pus-me a ler o que restava do livro "Do Sol" de Jacinto Lucas Pires.
Impressões:
gostei do modo como escreve. por vezes repetitivo maçador, outras ritmado ou mesmo frenético.
Este é um romance que consiste em várias pequenas histórias contadas pelos diversos narradores, que se entrelaçam de uma forma quase "determinista" com um final em que não fica nenhuma ponta solta.
Torna-se por vezes um relato muito cru e demasiado centrado no sexo em que as mulheres se apresentam sempre muito submissas. No entanto, o final vem revelar o seu lado menos passivo, talvez...
É por assim dizer uma "amalgama" de devaneios e loucuras com sentimentos de indiferença e insensibilidade e uma pitadinha de inocencia infantil.

A frase do elevador descreve bem este livro:
"Crianças com menos de 100(0) anos devem ser acompanhadas por adultos"

Crianças que brincam a adultos e adultos que não passam de crianças com poder a mais (dicotomia miniaturas do Pim/"casa" de Pedro).

As vidas complexas de pessoas que vivem na (a) cidade de Lisboa de forma descontrolada ou desgovernada e que acabam por encontrar um pouco de si proprias ao fazerem uma mudança na sua vida (ao sairem desta cidade por exemplo) ou por se perdem completamente no silêncio gritante do quotidiano citadino.

São 2:57 precisamente.
Não aconteceu nada marcante. Não é necessária uma hora exacta.

over and out.